"Sua expressão era demasiadamente triste e jurou que suas histórias também o seriam, e de história triste já bastava a dela". (página 96)

Glória aparece na história como um braço da família Manarca. É a filha do meio de Vitória, nascida depois de Carmem e Itálio e antes de Germano e Cassilda. Deveras Glória é o elo principal entre o enredo de Bazalta e o "conto sobre o início do mundo" (ou "lenda"), e quem vai acabar determinando destinos, como o de Germano, mesmo de longe e sem saber. Glória é a cuidadora de todos e da casa, responsável por mantê-los no lugar a despeito dos contratempos que vêm a se sobrepor à família. Tanto que, quando parte deserto adentro em busca do irmão que fugira, faz falta para todos, e deveras parece que desabam um pouco mais a cada dia da ausência da irmã, porque é mesmo como se estivessem desamparados. Para a inteireza da família ela é a força de união.

Mas a sobriedade adquirida em seus 20 e poucos anos não tem tanta parte deserto afora, onde as histórias são outras. Na metade de sua viagem pelo deserto, amparada por ciganos que lhe acompanham, Glória tem sua integridade, mesmo física, ferida. Nesse episódio metade de sua força vital é sugada, deveras que, quando outra vez no deserto, decide permanecer sozinha para secar até a morte. Nessa noite, em seu encontro com Baltazar, fica claro que tudo o que Glória deseja é sumir desse lugar “abusador de corpos frágeis”, e clama que o homem a leve até o longínquo litoral. Vendo-se sozinha novamente ao amanhecer, percebemos uma Glória caída em desespero, com asco do mundo e de si mesma. O envolvimento de Glória e Baltazar é o ponto chave da determinação dos destinos de vários personagens: o seus próprios, o de Germano, indiretamente o do resto da família, e mesmo o de Luzibel.

Glória nos diz como certos acontecimentos desafortunados podem nos abalar de tal forma que preferimos secar num deserto antes de cairmos novamente em artimanhas. Mas o "quê" dela é a força, que mesmo exitante ela se dá a chance de perpetuar até o final, felizmente.